A mulher que calculou o retorno do cometa Halley

Nicole-Reine Lepaute foi uma nobre francesa que ajudou Lalande com cálculos astronômicos.

Biografia


Nicole-Reine Lepaute Fonte: https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Lepaute/

Nicole-Reine Etable de Labrière nasceu no Palais du Luxembourg, em Paris (Figura 2), onde seu pai estava a serviço da Rainha da Espanha, Elisabeth d’Orléans. Um dia, o relojoeiro real Jean-Andre Lepaute (1709-1789) e seu irmão chegaram ao Palais du Luxembourg para instalar um novo tipo de relógio. Nicole-Reine conheceu Jean-Andre Lepaute nesta ocasião e sua amizade floresceu. Os dois se casaram em 27 de agosto de 1749 e viviam no Palais du Luxembourg. Nicole-Reine ajudou o marido em seu trabalho, em particular mantendo as contas de Lepaute. É interessante perceber que o casal vivia no Palais du Luxembourg quando Luís XV exibiu uma seleção da coleção real de pinturas em 1750. Esta exposição mudou-se para o Louvre para se tornar a base para a famosa galeria de arte.

Figura 2 – Palais du Luxembourg, em Paris

Fonte: http://susu47.blogspot.com/2013/10/o-palacio-do-luxemburgo-palais-du.html. Acesso em: 05 jan. 2022.

Pouco depois do casamento de Nicole-Reine, Jérôme Lalande (Figura 3), então estudante de direito, ficou fascinado pela astronomia e recebeu um quarto acima da varanda do Palais du Luxembourg para ser usado como observatório. Lalande rapidamente se tornou amigo de Nicole-Reine e Jean-Andre Lepaute. Ele foi enviado ao Cabo da Boa Esperança (Figura 4) para fazer observações astronômicas e, retornando a Paris em 1753 após uma viagem de muito sucesso, foi eleito para a Academia de Ciências. Jean-Andre Lepaute havia projetado um relógio com um novo tipo de escapamento e Lalande foi convidado pela Academia para avaliá-lo para uso astronômico. Isso levou Jean-Andre Lepaute a se interessar pela construção de relógios astronômicos e publicou Traité d’Horlogerie contenant tout ce qui est nécessaire pour bien connoître et pour régler les pendules et les montres em Paris em 1755. Esta obra contém a primeira obra matemática por Nicole-Reine Lepaute, que calculou as tabelas de oscilações de um pêndulo contidas na obra de seu marido.

Figura 3 – Jérôme Lalande

Fonte: https://www.goodreads.com/author/show/616312.J_r_me_Lalande. Acesso em: 05 jan. 2022.

Figura 4 – Cabo da Boa Esperança, África do Sul

Fonte: http://www.pordentrodaafrica.com/africa-do-sul-historia/cabo-da-boa-esperanca-uma-das-muitas-riquezas-da-africa-do-sul. Acesso em: 05 jan. 2022.

Em junho de 1757, Lalande decidiu que gostaria de tentar calcular uma data precisa para o retorno do cometa Halley. Era conhecido por ter sido visto em 1305, 1380, 1456, 1531, 1607 e 1682 e Halley, levando em consideração as perturbações na órbita causadas pelos efeitos gravitacionais de Júpiter, previu que o cometa retornaria atingindo o periélio em dezembro de 1758. No entanto, a única maneira de obter uma previsão mais precisa de sua data de retorno era calcular as perturbações na órbita causadas pelos efeitos gravitacionais de Júpiter e Saturno. Lalande pediu ajuda a Alexis Clairaut (Figura 5) e Clairaut forneceu um programa básico de trabalho que exigia uma quantidade extraordinária de computação. Lalande então pediu a Nicole-Reine Lepaute para ajudá-lo nos cálculos. Lalande escreveu na Bibliographie Astronomique (1803) (ver por exemplo [6]): –

Durante seis meses calculamos da manhã à noite, às vezes até durante as refeições. … A ajuda de Mme Lepaute foi tal que, sem ela, eu nunca teria podido realizar o enorme trabalho em que foi necessário calcular a distância de cada um dos dois planetas Júpiter e Saturno do cometa, separadamente por cada grau sucessivo por 150 anos.

Figura 5 – Alexis Clairaut

Fonte: https://alchetron.com/Alexis-Clairaut. Acesso em: 05 jan. 2022.

Em 14 de novembro de 1758, Clairaut relatou à Academia de Ciências que eles previram que o cometa alcançaria o periélio em meados de abril de 1759. Na verdade, a equipe havia concluído os cálculos a tempo de, em 25 de dezembro de 1758, o cometa ser avistado. Na verdade, atingiu o periélio em 13 de abril de 1759, dentro da margem de erro dada para a previsão. Clairaut publicou Théorie des comètes (Paris, 1760) (Figura 6) descrevendo como os cálculos foram realizados. Ele listou aqueles que ajudaram nos cálculos, mas não colocou o nome de Nicole-Reine Lepaute na lista. Alegou-se que essa omissão deliberada foi para agradar sua namorada, Mademoiselle Goulier, que tinha ciúmes de Lepaute. Seja qual for o motivo, a omissão causou um racha entre Lalande e Clairaut, e os dois homens nunca mais colaboraram em um projeto astronômico. Lalande deu a Nicole-Reine Lepaute o crédito que ela merecia em sua própria publicação; veja a citação acima.

Figura 6Théorie des comètes (Paris, 1760)

Théorie du mouvement des comètes, dans laquelle on a égard aux altérations  que leurs orbites éprouvent par l'action des planètes. Avec l'application  de cette théorie à la comète qui a &ea by

Fonte: https://www.biblio.com/book/theorie-mouvement-cometes-laquelle-egard-alterations/d/541139585. Acesso em: 05 jan. 2022.

Em 1759, Lalande foi questionado se ele assumiria a redação do almanaque astronômico Connaissance des temps. Ele foi editor de 1760 até 1776, e Nicole-Reine Lepaute o ajudou a computar as tabelas nesta publicação anual da Academia de Ciências. Embora suas contribuições sejam consideradas substanciais, não temos detalhes precisos de que parte do trabalho ela realizou. Existem, no entanto, muitas áreas em que sabemos de suas contribuições. O Ephémérides des mouvements célestes deu tabelas do sol, a lua e os planetas cobrindo um período de dez anos. Lepaute foi o principal responsável pela produção do Volume VII, abrangendo o período 1775-1784, e do Volume VIII, abrangendo o período 1783-1792. Alic escreve [1]: –

Para este último volume, ela sozinha fez todos os cálculos para as posições do sol, da lua e dos planetas.

Alic também afirma em [1] que Lepaute publicou um livro de memórias contendo observações do trânsito de Vênus através do disco do sol em 1761. Esta pode ter sido uma das memórias que Lalande diz que ela escreveu para o l’Académie de Béziers, mas estes não foram encontrados. Como ela foi eleita membro da l’Académie de Béziers nessa época, é provável que esta informação esteja correta. A carta confirmando sua eleição para esta Academia foi publicada em [4]. Outras tarefas específicas realizadas por Lepaute que são especificadas por Lalande incluem cálculos para elementos do cometa observados em 1762.

Outro trabalho que certamente se deve a Lepaute é o cálculo relativo ao eclipse anular do sol em 1 de abril de 1764. Ela produziu um mapa que mostra a trajetória do eclipse na Europa, que foi publicado no jornal jesuíta Mémoires de Trévoux em junho 1762. Alic escreve [1]: –

Seus cálculos exigiram que ela preparasse uma tabela de ângulos paraláticos (o ângulo de deslocamento de um objeto causado por uma mudança na posição do observador), cuja versão estendida foi publicada pelo governo francês.

Milhares de cópias da carta de Lepaute foram distribuídas em Paris.

Finalmente, mencionamos que uma cratera na lua (Figura 7) foi nomeada em homenagem a Lepaute.

Figura 7 – Cratera Lepaute

Fonte: http://vaztolentino.com/imagens/8211-Nicole-Reine-LEPAUTE-astronoma-e-matematica-francesa. Acesso em: 05 jan. 2022.

REFERÊNCIAS

https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Lepaute/. Acesso em: 05 jan.2022.

https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Lepaute/. Acesso em: 05 jan. 2022.

http://susu47.blogspot.com/2013/10/o-palacio-do-luxemburgo-palais-du.html. Acesso em: 05 jan. 2022.

https://www.goodreads.com/author/show/616312.J_r_me_Lalande. Acesso em: 05 jan. 2022.

http://www.pordentrodaafrica.com/africa-do-sul-historia/cabo-da-boa-esperanca-uma-das-muitas-riquezas-da-africa-do-sul. Acesso em: 05 jan. 2022.

https://alchetron.com/Alexis-Clairaut. Acesso em: 05 jan. 2022.

https://www.biblio.com/book/theorie-mouvement-cometes-laquelle-egard-alterations/d/541139585. Acesso em: 05 jan. 2022.

http://vaztolentino.com/imagens/8211-Nicole-Reine-LEPAUTE-astronoma-e-matematica-francesa. Acesso em: 05 jan. 2022.

Isaac Newton foi o maior matemático inglês de sua geração

Isaac Newton (1643-1727). Fonte: BBC

Isaac Newton foi o maior matemático inglês de sua geração. Ele lançou as bases para o cálculo diferencial e integral. Seu trabalho em ótica e gravitação o torna um dos maiores cientistas que o mundo já conheceu.

A vida de Isaac Newton pode ser dividida em três períodos bem distintos. O primeiro são os dias de sua infância de 1643 até sua nomeação para uma cadeira em 1669. O segundo período de 1669 a 1687 foi o período altamente produtivo em que ele foi professor Lucasiano em Cambridge. O terceiro período (quase tão longo quanto os outros dois combinados) viu Newton como um funcionário do governo muito bem pago em Londres, com pouco interesse adicional em pesquisa matemática.

Isaac Newton nasceu na mansão de Woolsthorpe, perto de Grantham em Lincolnshire. Embora pelo calendário em uso na época de seu nascimento ele tenha nascido no dia de Natal de 1642, fornecemos a data de 4 de janeiro de 1643 nesta biografia, que é a data “corrigida” do calendário gregoriano, alinhando-a com nosso calendário atual. (O calendário gregoriano não foi adotado na Inglaterra até 1752.)

O objetivo de Newton em Cambridge era se formar em direito. O ensino em Cambridge foi dominado pela filosofia de Aristóteles, mas alguma liberdade de estudo foi permitida no terceiro ano do curso. Newton estudou a filosofia de Descartes, Gassendi, Hobbes e, em particular, Boyle. A mecânica da astronomia copernicana de Galileu o atraiu e ele também estudou a Óptica de Kepler. Ele registrou seus pensamentos em um livro que intitulou Quaestiones Quaedam Philosophicae. É um relato fascinante de como as ideias de Newton já estavam se formando por volta de 1664. Ele encabeçou o texto com uma declaração em latim que significa “Platão é meu amigo, Aristóteles é meu amigo, mas meu melhor amigo é a verdade”, mostrando-se um pensador livre desde cedo.

Como Newton foi apresentado aos textos matemáticos mais avançados de sua época é um pouco menos claro. De acordo com de Moivre, o interesse de Newton pela matemática começou no outono de 1663, quando ele comprou um livro de astrologia em uma feira em Cambridge e descobriu que não conseguia entender a matemática nele. Tentando ler um livro de trigonometria, ele descobriu que não tinha conhecimento de geometria e então decidiu ler a edição de Barrow de Elementos de Euclides.

Seria fácil pensar que o talento de Newton começou a emergir com a chegada de Barrow à cátedra Lucasiana em Cambridge em 1663, quando ele se tornou um Fellow no Trinity College. Certamente a data coincide com o início dos estudos matemáticos profundos de Newton. No entanto, parece que a data de 1663 é apenas uma coincidência e que foi apenas alguns anos depois que Barrow reconheceu o gênio matemático entre seus alunos.

Apesar de algumas evidências de que seu progresso não tinha sido particularmente bom, Newton foi eleito acadêmico em 28 de abril de 1664 e recebeu seu diploma de bacharel em abril de 1665. Parece que seu gênio científico ainda não havia surgido, mas isso aconteceu repentinamente quando a peste fechou a universidade no verão de 1665 e teve que voltar para Lincolnshire. Lá, em um período de menos de dois anos, enquanto Newton ainda tinha menos de 25 anos, ele deu início a avanços revolucionários em matemática, óptica, física e astronomia.

Enquanto Newton permaneceu em casa, ele lançou as bases para o cálculo diferencial e integral, vários anos antes de sua descoberta independente por Leibniz. O “método das fluxões”, como ele o denominou, baseava-se em seu insight crucial de que a integração de uma função é meramente o procedimento inverso para diferenciá-la. Tomando a diferenciação como a operação básica, Newton produziu métodos analíticos simples que unificaram muitas técnicas separadas previamente desenvolvidas para resolver problemas aparentemente não relacionados, como encontrar áreas, tangentes, comprimentos de curvas e máximos e mínimos de funções. O De Methodis Serierum et Fluxionum de Newton foi escrito em 1671, mas Newton não conseguiu publicá-lo e não apareceu na impressão até que John Colson produziu uma tradução para o inglês em 1736.

Quando a Universidade de Cambridge foi reaberta após a peste em 1667, Newton apresentou-se como candidato a uma bolsa. Em outubro, ele foi eleito para uma bolsa menor no Trinity College, mas, depois de receber seu mestrado, foi eleito para uma bolsa maior em julho de 1668, o que lhe permitiu jantar na mesa de bolsistas. Em julho de 1669, Barrow tentou garantir que as realizações matemáticas de Newton se tornassem conhecidas do mundo.

O primeiro trabalho de Newton como Professor Lucasiano foi em óptica e este foi o tema de seu primeiro curso de palestras iniciado em janeiro de 1670. Ele havia chegado à conclusão durante os dois anos de praga de que a luz branca não é uma entidade simples. Todos os cientistas desde Aristóteles acreditavam que a luz branca era uma entidade única e básica, mas a aberração cromática nas lentes de um telescópio convenceu Newton do contrário. Quando ele passou um fino feixe de luz solar através de um prisma de vidro, Newton notou o espectro de cores que se formou.

Ele argumentou que a luz branca é realmente uma mistura de muitos tipos diferentes de raios que são refratados em ângulos ligeiramente diferentes, e que cada tipo diferente de raio produz uma cor espectral diferente. Newton foi levado por esse raciocínio à conclusão errônea de que telescópios usando lentes refratárias sempre sofreriam aberração cromática. Ele, portanto, propôs e construiu um telescópio refletor.

Em 1672, Newton foi eleito membro da Royal Society após doar um telescópio refletor. Também em 1672, Newton publicou seu primeiro artigo científico sobre luz e cor em Philosophical Transactions of the Royal Society. O artigo foi geralmente bem recebido, mas Hooke e Huygens objetaram à tentativa de Newton de provar, apenas por meio de experimentos, que a luz consiste no movimento de pequenas partículas em vez de ondas. A recepção que sua publicação recebeu não fez nada para melhorar a atitude de Newton em tornar seus resultados conhecidos pelo mundo. Ele sempre foi puxado em duas direções, havia algo em sua natureza que queria fama e reconhecimento, mas o outro lado dele temia as críticas e a maneira mais fácil de evitar ser criticado era não publicar nada. Certamente, pode-se dizer que sua reação às críticas foi irracional, e certamente seu objetivo de humilhar Hooke em público por causa de suas opiniões foi anormal. No entanto, talvez por causa da já alta reputação de Newton, sua teoria corpuscular reinou até que a teoria das ondas foi revivida no século XIX.

As relações de Newton com Hooke se deterioraram ainda mais quando, em 1675, Hooke afirmou que Newton havia roubado alguns de seus resultados óticos. Embora os dois homens tenham feito as pazes com uma troca de cartas educadas, Newton se voltou contra si mesmo e se afastou da Royal Society, que associava a Hooke como um de seus líderes. Ele atrasou a publicação de um relato completo de suas pesquisas ópticas até depois da morte de Hooke em 1703. A óptica de Newton apareceu em 1704. Tratava da teoria da luz e da cor e

investigações das cores de folhas finas

‘Anéis de Newton’ e

difração de luz.

Para explicar algumas de suas observações, ele teve que usar uma teoria ondulatória da luz em conjunto com sua teoria corpuscular.

Outra discussão, desta vez com os jesuítas ingleses em Liège sobre sua teoria da cor, levou a uma violenta troca de cartas; então, em 1678, Newton parece ter sofrido um colapso nervoso. Sua mãe morreu no ano seguinte e ele se retraiu ainda mais em sua concha, misturando-se o menos possível com as pessoas por vários anos.

A maior conquista de Newton foi seu trabalho em física e mecânica celeste, que culminou na teoria da gravitação universal. Em 1666, Newton tinha as primeiras versões de suas três leis do movimento. Ele também descobriu a lei que dá a força centrífuga em um corpo que se move uniformemente em um caminho circular. No entanto, ele não tinha uma compreensão correta da mecânica do movimento circular.

A ideia original de Newton de 1666 era imaginar que a gravidade da Terra influenciava a Lua, contrabalançando sua força centrífuga. De sua lei da força centrífuga e da terceira lei de Kepler do movimento planetário, Newton deduziu a lei do inverso do quadrado.

Em 1679, Newton correspondeu a Hooke, que havia escrito a Newton afirmando: –

… que a Atração está sempre em proporção duplicada à Distância do Centro e reciprocamente …

Esta descoberta mostrou o significado físico da segunda lei de Kepler.

O Principia é reconhecido como o maior livro científico já escrito. Newton analisou o movimento dos corpos em meios resistentes e não resistentes sob a ação de forças centrípetas. Os resultados foram aplicados a corpos orbitais, projéteis, pêndulos e queda livre perto da Terra. Ele demonstrou ainda que os planetas foram atraídos em direção ao Sol por uma força que varia como o inverso do quadrado da distância e generalizou que todos os corpos celestes se atraem mutuamente.

Outras generalizações levaram Newton à lei da gravitação universal: –

… toda matéria atrai todas as outras matérias com uma força proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas.

Newton explicou uma ampla gama de fenômenos anteriormente não relacionados: as órbitas excêntricas dos cometas, as marés e suas variações, a precessão do eixo da Terra e o movimento da Lua perturbado pela gravidade do Sol. Este trabalho tornou Newton um líder internacional em pesquisa científica. Os cientistas continentais certamente não aceitaram a ideia de ação à distância e continuaram a acreditar na teoria do vórtice de Descartes, onde as forças atuam por meio do contato. No entanto, isso não impediu a admiração universal pela experiência técnica de Newton.

Depois de sofrer um segundo colapso nervoso em 1693, Newton se aposentou das pesquisas. As razões para esse colapso foram discutidas por seus biógrafos e muitas teorias foram propostas: envenenamento químico como resultado de seus experimentos alquímicos; frustração com suas pesquisas; o fim de uma amizade pessoal com Fatio de Duillier, um matemático suíço residente em Londres; e problemas resultantes de suas crenças religiosas. O próprio Newton culpou a falta de sono, mas isso quase certamente era um sintoma da doença, e não sua causa. Parece haver poucos motivos para supor que a doença fosse outra coisa senão depressão, uma doença mental da qual ele deve ter sofrido durante a maior parte de sua vida, talvez agravada por alguns dos eventos que acabamos de listar.

Newton decidiu deixar Cambridge para assumir um cargo governamental em Londres, tornando-se Diretor da Casa da Moeda Real em 1696 e Mestre em 1699. No entanto, ele não renunciou aos seus cargos em Cambridge até 1701. Como Mestre da Casa da Moeda, adicionando a renda de suas propriedades, vemos que Newton se tornou um homem muito rico. Para muitas pessoas, uma posição como Mestre da Casa da Moeda teria sido tratada simplesmente como uma recompensa por suas realizações científicas. Newton não o tratou como tal e deu uma forte contribuição para o trabalho da Casa da Moeda. Ele liderou o difícil período de recuo e foi particularmente ativo em medidas para prevenir a falsificação de moedas.

Em 1703 ele foi eleito presidente da Royal Society e foi reeleito a cada ano até sua morte. Ele foi nomeado cavaleiro em 1705 pela Rainha Anne, o primeiro cientista a ser homenageado por seu trabalho. No entanto, a última parte de sua vida não foi fácil, dominada em muitos aspectos com a polêmica com Leibniz sobre qual deles havia inventado o cálculo.

Dada a raiva que Newton havia demonstrado ao longo de sua vida ao ser criticado, não é surpreendente que ele tenha assumido um temperamento irracional dirigido contra Leibniz. Talvez tudo o que valha a pena relatar aqui seja como Newton usou sua posição como presidente da Royal Society. Nessa função, ele nomeou um comitê “imparcial” para decidir se ele ou Leibniz foi o inventor do cálculo. Ele escreveu o relatório oficial do comitê (embora é claro que não apareceu em seu nome), que foi publicado pela Royal Society, e então escreveu uma revisão (novamente anonimamente) que apareceu em Philosophical Transactions of the Royal Society.

O assistente de Newton, Whiston, viu sua raiva em primeira mão. Ele escreveu:-

Newton tinha o temperamento mais medroso, cauteloso e desconfiado que já conheci.

REFERÊNCIAS

Traduzido literalmente de: https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Newton/. Acesso em: 03 jan. 2022.

Parcerias para a Missão Esperança

Nesta terça-feira 19/06/2021, a Graviton Scientific Society reuniu-se com o Diretor Regional do SENAI, o Chefe de Negócios Internacionais da FIEPI (Federação das Indústrias do Piauí) e o Professor Werton costa da UESPI, com o objetivo de discutir possíveis parcerias no desenvolvimento do Programa Esperança. Programa este que em sua primeira fase consistirá na construção e  lançamento da Primeira Missão Estratosférica do Piauí, que levará a bordo de um balão atmosférico um pequeno satélite CubeSat para coleta de dados de natureza física, como composição e status da camada de ozônio sobre a capital e variações do nosso campo magnético, gradiente térmico e também servirá como prova de conceito de futuras missões mais avançadas.

Os quatro projetos de satélites da cidade de Teresina, selecionados na OBSAT, tem como orientador um sócio efetivo da GSS.

A GSS é a única instituição científica do estado do Piauí a elaborar um projeto para o desenvolvimento de uma sonda para o estudo da estratosfera usando tecnologias que são utilizadas na exploração do espaço.

As equipes: Programa Cidade Olímpica Educacional, Programa Cidade Olímpica Educacional  2, Sinfonia Cósmica e Missão The X sob orientação do professor Edwar Dávila Montenegro que é um sócio efetivo da Graviton Scientific Society desde sua fundação até os dias atuais, tiveram seus projetos aprovados e selecionados para receber gratuitamente um kit de montagem de um CubeSat e dois Sansat do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação do governo federal  (MCTI). Sendo que a Equipe Programa Cidade Olímpica Educacional já recebeu o Kit como premiação de ter ocupado o primeiro lugar nacional no desafio de Sátelites e Inteligência artificial na 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia- 2020 do MCTI.

As outras três equipes ficaram em Primeiro e Segundo lugar do estado do Piauí na modalidade Ensino Fundamental e Primeiro Lugar na modalidade Ensino Médio ou técnico respectivamente. Todas as equipes do Ensino fundamental II pertencem a alunos de escolas publicas da cidade de Teresina e a Equipe de Ensino Médio é formada por alunos de uma escola da Rede privada de ensino.

Um CubeSat ( espaçonave classe U ) é um tipo de satélite miniaturizado para pesquisa espacial e pode ser composto de um módulo ou vários módulos cúbicos de 10 cm × 10 cm × 10 cm. Um CubeSats deve ter uma massa de não mais do que 1,33 kg (2,9 lb), por unidade. Por outro lado um CanSat é um tipo de carga útil de foguete de sondagem usado para ensinar tecnologia espacial. É semelhante à tecnologia usada em satélites miniaturizados. Porém Nenhum CanSat jamais deixou a atmosfera, nem orbitou a Terra. Nas competições CanSat, a carga útil deve caber dentro do volume de uma lata de refrigerante típica (66 mm de diâmetro e 115 mm de altura) e ter uma massa inferior a 350g.

As propostas enviadas pelas equipes são o uso de uma constelação de CubeSat’s para estudar o desmatamento ilegal e queimadas florestais ao longo do Território Brasileiro. O uso de um Cansat para estudar o clima espacial numa região do espaço próxima à linha do equador terrestre. A equipe conexão cósmica submeteu um projeto com a ideia de utilizar um CanSat para estudar a dinâmica atmosférica sobre o estado do Piauí. E a equipe Missão The X submeteu um projeto com a ideia de monitorar e fiscalizar com o intuito de contribuir para um desenvolvimento sustentável para o estado do Piauí.

A Olimpíada Brasileira de Satélites MCTI é uma Olimpíada Científica de abrangência nacional, concebida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e organizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em conjunto com a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP).

A GSS será a principal instituição responsável pelo desenvolvimento da Primeira Missão Piauiense à Estratosfera.

Esta missão será desenvolvida em parceria com o Programa Cidade Olímpica Educacional e tem como principal objetivo o desenvolver e testar tecnologias para a exploração do espaço e observação da Terra. Além da GSS, neste projeto trabalharão equipes de professores e alunos do IFMA, IFPI e UFMA.

Ao longo da história o ser humano tem sempre procurado explicações para diversos fenômenos observados na natureza. De fato, a curiosidade faz parte da natureza humana desde os tempos mais remotos. Neste contexto temos o desenvolvimento da Ciência como uma das grandes conquistas do ser humano e, vale a pena lembrar que “Exatidão” e “Clareza” são concebidos como uma das principais características do pensamento científico, ou dito de outra forma, ideias científicas procuram ser exatas e claras a fim de proporcionar condições de as verificarmos e replicarmos com o propósito de tais conhecimentos serem compartilhados geração após geração.

Conceito artístico da sonda que fará parte da primeira missão estratosférica do Piauí. Créditos: GSS/Luis Flavio.

Diante deste cenário, foi criada em 2014 por estudantes de graduação em Física do Instituto Federal do Piauí, a GSS (Gráviton Scientific Society), na qual sempre se destacou no trabalho de alfabetização e divulgação científica. Palestras presenciais em auditórios, palestras virtuais com especialistas em divulgação científica, observações astronômicas com uso de telescópios acessível à população, entre outras atividades, são algumas das ações desenvolvidas ao longo destes 7 (sete) anos de existência. Ressaltamos que mesmo em tempos de pandemia a GSS não interrompeu o seu trabalho de divulgação da Ciência, sempre promovendo encontros e palestras virtuais mantendo assim a chama acesa nestes propósitos de divulgação científica.

Mantendo a tradição e os motivos para o qual foi criada, a GSS apresenta a “Primeira Missão Piauiense à Estratosfera”.  Trata-se, portanto, do primeiro projeto de desenvolvimento de uma sonda espacial do Piauí. Destacamos que a importância de se estudar a estratosfera com o lançamento de um satélite impulsionará a criação de um programa espacial piauiense. A escolha da estratosfera se justifica pelos motivos que nesta região de nossa atmosfera ocorrem fenômenos fundamentais para a existência e manutenção da vida em nosso planeta e, obtendo uma melhor familiarização com este ambiente podemos ajudar no trabalho de conscientização da população no que diz respeito à preservação do meio ambiente.

Diversos são os desafios que temos pela frente. Mas, como enfatizado no início, a curiosidade é inerente à natureza humana, a busca pelo conhecimento, a vontade de enxergar mais longe, o pioneirismo, o espírito científico, é tudo isso que move a GSS. E não mediremos esforços em colocar esta missão em prática. Um dos objetivos deste projeto é o de motivar os jovens estudantes piauienses a estar envolvidos nas etapas de aplicação da missão.

DESAFIO: Nomeie a 1ª missão estratosférica do Piauí.

A GSS participará no desenvolvimento da 1ª missão de nossa região destinada a estudar fenômenos ambientais presentes na estratosfera. O projeto será realizado e executado pelo Programa Cidade Olímpica Educacional – SEMEC e contará com parceria de muitas instituições públicas e privadas. E você tem a oportunidade de dar o nome a essa missão! Para isso, basta ler as regras e enviar sua proposta no formulário que se encontra na parte final desta página.

Regras:

1 – Envie o nome de sua missão estratosférica e um pequeno texto de no máximo 150 palavras, explicando as razões para o nome proposto.

2- Seu nome para a missão deve possuir apenas uma palavra e ser em português.

3 – Podem participar deste desafio alunos do ensino infantil (com orientação dos pais), ensino fundamental e ensino médio de escolas públicas e particulares do Brasil.

4 – Será considerado apenas uma proposta por aluno, se você enviar mais de uma proposta, será considerada a última a ser enviada.

5 – Serão excluídos do desafio propostas que incluam nomes de pessoas, nomes corporativos, palavras de marca registrada ou palavras de caráter ofensivo ou pejorativo.

CRITÉRIOS DE JULGAMENTO:

40 pontos: Adequação e significado do nome.

30 pontos: Originalidade do nome.

30 pontos: Originalidade e qualidade do texto.

10 pontos: Pontos de bônus concedidos à proposta com os maiores votos da enquete pública (aplicável apenas na rodada de julgamento final).

Serão escolhidos 3 semifinalistas, os quais serão submetidos a enquete pública para a escolha final do nome dado a missão.

Premiação:

1º Lugar: Dará o nome à missão e ganhará um Drone ( S32T Sour Sandy) + Medalha + Certificado em nome da GSS.

2º Lugar: Medalha + Certificado em nome da GSS.

3º Lugar: Medalha + Certificado em nome da GSS.

Datas:

20 de abril de 2021: Inicio do envio das propostas.

12 de maio de 2021: Prazo final para o envio das propostas.

15 de maio de 2021: Enquete pública para escolher o finalista entre os três semifinalistas.

19 de maio de 2021: O anúncio do finalista será feito durante a abertura do evento do “Dia do Físico” organizado pela GSS.


LISTA COM OS NOMES DOS SEMIFINALISTAS

Confira o resultado aqui!

Você já pode escolher quem será o vencedor entre um dos semifinalistas, para fazer isto basta clicar em votar!






AMAZÔNIA NO ESPAÇO

Satélite Tupiniquim, o Amazonia 1 será o primeiro satélite projetado e desenvolvido com tecnologia nacional. À bordo do avião B777 da Emirates, decolou às 11h48 minutos desta terça-feira (22), do aeroporto internacional de São José dos Campos (SP). Ao todo foram necessários 52 containers especiais para transportar com segurança os módulos do satélite, que pesa 638 kg e que seguirá para o destino final em Sriharikota, na Índia.

Container contendo partes do Amazônia 1. Fonte: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2020/12/satelite-amazonia-1-decola-rumo-a-cidade-de-sriharikota-na-india

Presente na coletiva realizada antes da decolagem, o diretor do INPE, Clezio de Nardin, fez questão de ressaltar que o projeto nacional beneficiará a indústria local. “Um satélite projetado e desenvolvido com tecnologia nacional, um desafio para a indústria nacional especialmente da nossa região, em São José dos Campos (SP), que abriga o polo aéreo espacial”, afirmou Nardin.

O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, ressaltou que o desenvolvimento do satélite só foi possível por uma união de forças. “O projeto foi possível devido ao esforço do ministro Marcos Pontes, com apoio da Casa Civil e do Ministério da Economia, que acreditaram e viabilizaram recursos para que fosse realizado. Não existe país do porte do Brasil, seja pela economia, seja pelo tamanho do território, seus biomas, ou o tamanho de sua população, que não tenha um programa espacial muito forte. E estamos neste caminho das nações mais desenvolvidas”, avaliou Moura.

Sobre o Satélite

Com seis quilômetros de fios e 14 mil conexões elétricas, o Amazonia-1 será o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação junto ao CBERS-4 e ao CBERS-4A. O Amazonia-1 é um satélite de órbita Sol síncrona (polar) que irá gerar imagens do planeta a cada 5 dias. Para isso, possui um imageador óptico de visada larga (câmera com 3 bandas de frequências no espectro visível VIS e 1 banda próxima do infravermelho Near Infrared ou NIR) capaz de observar uma faixa de aproximadamente 850 km com 64 metros de resolução.

Sua órbita foi projetada para proporcionar uma alta taxa de revisita (5 dias), tendo, com isso, capacidade de disponibilizar uma significativa quantidade de dados de um mesmo ponto do planeta. Sob demanda, o Amazonia-1 poderá fornecer dados de um ponto específico em dois dias. Esta característica é extremamente valiosa em aplicações como alerta de desmatamento na Amazônia, pois aumenta a probabilidade de captura de imagens úteis diante da cobertura de nuvens na região.

Os satélites da série Amazonia serão formados por dois módulos independentes: um Módulo de Serviço, que é a Plataforma Multimissão (PMM), e um Módulo de Carga Útil, que abriga câmeras imageadoras e equipamentos de gravação e transmissão de dados de imagens. A engenharia espacial do INPE/MCTI anunciou que o Amazonia 1 será lançado pela missão PSLV-C51 da ISRO, no dia 28 de fevereiro, às 10h24 da manhã, no horário local da Índia – à 01h54 da manhã no Brasil.

Evidentemente que o GRAVITON acompanhará tudo!!!!!!!!!!!!!

Fonte: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2020/12/satelite-amazonia-1-decola-rumo-a-cidade-de-sriharikota-na-india

“Congestionamento” em Marte? Saiba mais sobre as missões em curso até o planeta vermelho.

É comum notarmos no dia a dia das grandes cidades (mesmo em plena pandemia de covid19) alguns pontos de maior movimento de veículos, que, em alguns casos, formam os “congestionamentos”. Pois bem, isso não é novidade para nós, meros terráqueos, levando-se em conta a gigantesca quantidade de veículos e seres presentes no planeta.

E se dissesse a você, caro leitor, que ao longo desse ano, teremos um “congestionamento” no planeta Marte, você acreditaria?

É isso. Por ser um planeta que impõe certa dificuldade à sua visitação, fato comprovado pelas diversas tentativas frustradas de pouso ou mesmo de se colocar alguma sonda orbitando o planeta vermelho, a iminência da chegada de algumas missões trará um relativo congestionamento de pesquisas e ideias para a exploração desse magnífico planeta. Aqui daremos destaque às missões Mars 2020, Hope Mars e Tianwen-1, lançadas ainda no ano passado, aproveitando um trajeto mais rápido até Marte (possível a cada 2 anos, época de boa aproximação entre os 2 planetas).

MISSÃO HOPE MARS (Lançada pelos Emirados Árabes Unidos em 19 de julho de 2020). O Objetivo: estudar o clima marciano. A Hope chegou recentemente em órbita marciana com uma manobra autônoma, sem depender de comandos enviados aqui da Terra, e permanecerá ao redor de Marte para coleta de dados.

MISSÃO TIANWEN-1 (Lançada pela China no dia 23 de julho de 2020). Objetivo: estudar a geologia marciana, além de investigar mais sobre o que pode haver abaixo da superfície do planeta. Uma sonda orbital, um módulo de pouso e um rover, estudarão o Planeta Vermelho.

MISSÃO MARS 2020 (Lançada pelos EUA no dia 30 de julho de 2020). Objetivo: o principal objetivo da Perseverance é buscar por bioassinaturas (sinais que poderiam apontar vida em Marte), na cratera Jezero, através da coleta de amostras do solo. Além do rover Perseverance, há o helicóptero Ingenuity (ambos foram no foguete Atlas V) da United Launch Alliance. O Ingenuity, testará a capacidade de voo em outro planeta.

Imagem: NASA/JPL-Caltech

O Graviton como sempre acompanhará atento a chegada das demais missões. Essa “corrida espacial” ainda trará até nós muitas novidades, e logicamente que as compartilharemos com todos vocês!

P.S. O site https://mars.nasa.gov/mars2020/ traz bastante informações a respeito da missão MARS2020, inclusive a contagem regressiva para a chegada da sonda em Marte. #countdowntomars

A ciência na busca do bem mais valioso que a humanidade possui: Água.

Em tempos de racionamento (de comida, energia, água, etc.), mudanças climáticas bruscas e da busca por dispositivos que possam minimizar possíveis impactos, a ciência resolve colocar-se como alternativa através de mais um grande projeto: o Projeto SPHEREx (“Espectrofotômetro para a História do Universo, Época da Reionização e Explorador de Gelos”). Trata-se de um Telescópio que possui a capacidade de observar o céu inteiro na frequência do infravermelho, usando uma técnica chamada espectroscopia para fracionar a luz do infravermelho próximo em seus comprimentos de onda individuais – ou cores – tal como a decomposição da luz ao passar através de um prisma.

Telescópio SPHEREx (em corte) [Imagem: JPL/Nasa]

Dados de espectroscopia podem revelar do que um objeto é feito, uma vez que os elementos químicos individuais absorvem e irradiam comprimentos de onda específicos de luz. A técnica também pode ser usada para estimar a distância de um objeto da Terra. O projeto SPHEREx possui 3 objetivos principais: buscar indícios da inflação cósmica, estudar a formação das galáxias, e por fim encontrar gelo de água e moléculas orgânicas congeladas – os blocos de construção da vida na Terra – em torno de estrelas recém-formadas em nossa galáxia. Vamos acompanhar mais essa aventura!!!!


14/12/2020: O Eclipse Total do Sol.

Em um ano marcado pelo distanciamento social oriundo da pandemia de Covid19, os fenômenos astronômicos ganharam força, funcionando como verdadeiras “válvulas de escape” para um dia-a-dia tão modificado. Um destes será o Eclipse Total do Sol, que ocorrerá no dia 14 de dezembro de 2020.

Basicamente, um eclipse solar ocorre quando a Lua passa entre o Sol e a Terra, ocultando total ou parcialmente a sua luz numa estreita faixa terrestre. Do ponto de vista de um observador fora da Terra, a coincidência é notada no ponto onde aponta o cone de sombra risca a superfície do planeta.

Eclipse solar. Como funciona um eclipse solar? - Brasil Escola
Imagem: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/eclipse-solar.htm

Para uma observação segura, seguem aqui algumas recomendações importantes:

Olhar diretamente para o Sol com a proteção ocular adequada: considere Binóculos e Telescópios com filtros especiais seguros (se possível sob supervisão competente, preferencialmente de um astrônomo profissional ou amador experiente). Deve-se evitar o uso de radiografias ou óculos escuros (pois não oferecem proteção UVA nem UVB) devido o risco de danos à visão em decorrência do brilho excessivo do Sol (e não do eclipse em si). Pode-se fazer esse tipo de observação via projeção indireta, onde se projeta a imagem do Sol numa folha de papel ou cartão (ou qualquer outro anteparo adequado).

O site https://www.eclipsesolar2019.cl/eclipse/mapa-del-eclipse-2020/ traz uma contagem regressiva para o fenômeno, que poderá ser visto no Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, e na maior parte do Brasil. Estaremos de olho!

Por: Jussiê Soares (Graviton-IFMA)